AS SETE PALAVRAS DA CRUZ
As Sete Palavras da CRUZ
Diante
de tanta dor e sofrimento, Jesus continuou cuidando das pessoas! Se importou
com a sua mãe, Maria, que era viúva e não tinha na época condições de viver
dignamente sozinha. Vivemos uma sociedade que incentiva o egoísmo, o
consumismo, o hedonismo. Precisamos aprender com Jesus a olhar para o próximo,
mesmo nos momentos em que nós mesmos estamos sofrendo. Sofrimento não é
desculpa para parar de amar e de agir em favor do outro! Precisamos aprender com Jesus a olhar para a família, que tem sido tão atacada pela violência e pela infidelidade dentro da própria família!
A Páscoa é tempo de lembrar que, apesar de toda a dor e sofrimento que possamos passar, apesar dos momentos em que “parece” que Deus está distante e não nos ouve e nem age, cremos que Deus está presente e continua agindo em nosso favor, assim como aconteceu com o povo de Deus no passado. A Páscoa é tempo de esperança, mesmo em meio a dor e ao sofrimento. A Páscoa é tempo da solidariedade de Deus em meio ao nosso sofrimento!
Quando eu era
garoto eu gostava muito de uma música que dizia o seguinte: “Você tem sede de
que? Você tem fome de que?” (“Comida”, de Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo
Fromer).
Jesus disse o seguinte a mulher samaritana: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4.13-14). Jesus, a água da vida, aquele que é poderoso para saciar a nossa sede, padeceu necessidade por amor de nós. Nós não fomos capazes de saciar a sua sede, mas Ele é poderoso para saciar a nossa sede. Ele sofreu sede por nós, para que pudéssemos ser saciados, assim como provou por nós a morte, para que pudéssemos viver a sua vida.
A Páscoa é tempo de refletir sobre a ilusão de consumo em que vivemos. Páscoa não é chocolate, não é coelho, não é presente. A Páscoa não é carro, não é casa nova, não é iate, não é TV, notebook, ipad... O mercado procura nos iludir com o seu show de marketing, prometendo mas não entregando saciedade. Só na graça de Deus encontramos verdadeira satisfação, verdadeira saciedade. É só em Cristo que podemos matar a nossa fome e matar a nossa sede.
No próximo domingo, dia 31 de março de 2013, celebraremos a
Páscoa, a festa cristã mais importante. A Páscoa é o coroamento da semana
da Paixão, fundamento do Evangelho: “Cristo morreu pelos nossos pecados,
segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as
Escrituras” (1Corintios 15.3-4).
Antes de morrer pelos nossos pecados e ressuscitar para a nossa
salvação, Cristo, na cruz do Calvário, pronunciou sete palavras, ou frases, que
expressam de maneira maravilhosa quem é Ele e qual a missão para a qual Deus
Pai o enviou ao mundo (João 3.17). Vamos agora meditar sobre as sete palavras
da cruz.
INTRODUÇÃO
As autoridades religiosas
judaicas tramaram contra Jesus, incitando a multidão a pedir a sua
crucificação. A multidão clamou: “Crucifica-o, crucifica-o”. Pressionaram
também Poncio Pilatos, que ao invés de agir de acordo com a justiça, cedeu a
pressão das massas (opinião pública) – ver Mc 15.6-15. E alguns ainda dizem que
“a voz do povo é a voz de Deus!”. Jesus foi, então, condenado injustamente a
morte de criminosos, morte de cruz, morte maldita segundo a Lei de Deus
(Deuteronômio 21.23). Paulo nos ensina que “Cristo nos remiu da maldição da Lei
tornando-se maldição por nós”. (Gálatas 3.13).
Ao contrário do que vemos em
quadros ou esculturas, na época do Novo Testamento os crucificados eram presos
nus no madeiro. Além de todo o sofrimento físico, havia a dor da vergonha, além
da dor da opressão e da violência que ferem o coração. Jesus, na cruz, sofreu
com toda a intensidade de todas as maneiras imagináveis.
A cruz tem um duplo aspecto:
humano e divino. No aspecto humano, foi a maior tragédia de injustiça que já
aconteceu, pois o único ser humano que jamais pecou (Hebreus 4.15) foi
condenado a morte de cruz. Nunca houve e nunca jamais haverá injustiça tão
grande sobre a terra! A cruz é o testemunho claro de que “todos pecaram e
carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). A cruz é um espetáculo horrendo da
nossa injustiça e pecado! No aspecto divino, no entanto, a cruz
revela o amor e a soberania de Deus. Deus
é tão poderoso e tão maravilhoso que Ele é capaz de canalizar mesmo os atos de
injustiça e maldade das pessoas para que os seus planos de paz, bem e salvação sejam
realizados. Assim como o ser humano consegue canalizar o leito de um rio
para que corra numa nova direção, a fim de que algum plano seja realizado, Deus
canalizou o pecado e a maldade das pessoas contra o Seu Filho para que fosse
comprido o seu desígnio de amor, misericórdia, graça e perdão! Sendo assim, no
aspecto divino, a cruz é a maior
manifestação de amor que já existiu, na qual “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). É claro que Deus
é bom, não se alegra com o mal e não pode ser responsabilizado pelo mal. No
entanto, Ele é poderoso para canalizar o mal para que os seus desígnios de
salvação sejam realizados.
Feitas estas considerações iniciais, vamos agora meditar sobre as
sete palavras que Jesus disse, pregado na cruz!
PRIMEIRA PALAVRA:
A primeira palavra é a palavra
do perdão. Jesus clamou ao Pai por aqueles que fizeram o mal contra ele mesmo:
as autoridades judaicas, que manipularam a multidão e pressionaram Poncio
Pilatos para que o condenasse; as multidões, que num momento clamaram “Hosana
ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!”
(Mateus 21.9), estavam clamando logo depois “Crucifica-o” (Marcos 15.14); os
discípulos, que o abandonaram quando foi preso e, depois, o “seguiram de longe”
(Lucas 23.49).
A Páscoa nos lembra que devemos
perdoar aqueles que nos fizeram mal. Enquanto não perdoamos, ficamos
acorrentados com a pessoa que nos ofendeu. Quando perdoamos, somos libertados
para cultivar uma nova relação, uma nova ligação: laços de amor, de comunhão!
SEGUNDA PALAVRA:
Curiosamente estas palavras
foram ditas a um “malfeitor” crucificado. As palavras deste malfeitor
arrependidos são impressionantes: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu
reino” (Lucas 23.42). Nesta simples frase o malfeitor expressa uma profunda fé
em Jesus. Vejamos:
a) “lembra-te de mim”.
Ele confiou em Jesus, em sua misericórdia, em sua missão de salvador.
b) “quando vieres”.
Jesus estava crucificado e haveria de morrer em poucos instantes! E o malfeitor
creu que Jesus haveria de vir novamente! É uma afirmação impressionante de que
Jesus haveria de ressuscitar e voltaria para o seu povo!
c) “no teu reino”.
Jesus é o Cristo, o Messias, ou seja, o rei prometido da descendência de Davi
(Mateus 1.1), que haveria de trazer salvação para Israel. O malfeitor expressa,
portanto, a fé de que Jesus é o Messias prometido para trazer salvação; é o
Salvador!
A este malfeitor, que demonstra
arrependimento e fé em Jesus Cristo, que confia a Cristo a sua vida, Jesus diz
estas palavras tão lindas e tão benditas: “Em verdade te digo que hoje estarás
comigo no paraíso” (Lucas 23.43). É salvação pela graça de Deus, mediante a fé
em Cristo Jesus! (Efésios 2.8-10).
A Páscoa nos lembra que Jesus
não veio condenar o pecador, mas trazer perdão, nova vida, enfim, salvação! “Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele” (João 3.17). A Páscoa é tempo de esperança para o
pecador que se arrepende dos seus pecados e se entrega ao único Senhor e
Salvador, Jesus Cristo!
TERCEIRA PALAVRA:
"Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo
amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua
mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa" (João 19.26-27).
A Páscoa nos lembra que é tempo
de amar, de ajudarmos uns aos outros, mesmo em meio a dor e ao sofrimento
próprio. É tempo de ajudar inclusive quem não tem mais condição de nos ajudar
no nosso sofrimento! É tempo graça! É tempo de misericórda! É tempo de amor!
QUARTA PALAVRA:
"Eli, Eli, lamá sabactâni?" O que quer dizer: "Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27.46 e Marcos 15.34).
Alguns ficam escandalizados
quando ouvem estas palavras de Jesus. Mas estas palavras são maravilhosas! Elas
expressam, ao mesmo tempo, a dor e a esperança de Jesus! Expressam a dor
porque, na cruz, Jesus tomou sobre si toda forma de sofrimento humano,
inclusive o sentimento de ser abandonado por Deus. Quantas vezes clamamos e
parece que Deus não ouve a nossa oração? No entanto, estas palavras expressam
também a confiança de Jesus no Pai, pois são uma citação de um salmo muito
interessante da Bíblia, o Salmo 22, que diz o seguinte:
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham
longe de minha salvação as palavras de meu bramido? Deus meu, clamo de dia, e não me respondes;
também de noite, porém não tenho sossego.
Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel. Nossos
pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste.
A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos” (Salmo
22.1-5).
Já nos primeiros versos, fica claro que o salmista está passando
por um momento muito difícil da vida, em que “parece” que Deus não está ouvindo
a oração. No entanto, o salmista deixa claro que Deus é Rei, é Santo, e é digno
de confiança, pois salvou o seu povo no passado e certamente não mudou! Isso
fica ainda mais claro no decorrer do salmo até o seu fim, no qual o salmista
declara a sua confiança no Senhor. O Salmo termina falando do reinado de Deus
sobre as gerações que virão! A Páscoa é tempo de lembrar que, apesar de toda a dor e sofrimento que possamos passar, apesar dos momentos em que “parece” que Deus está distante e não nos ouve e nem age, cremos que Deus está presente e continua agindo em nosso favor, assim como aconteceu com o povo de Deus no passado. A Páscoa é tempo de esperança, mesmo em meio a dor e ao sofrimento. A Páscoa é tempo da solidariedade de Deus em meio ao nosso sofrimento!
QUINTA PALAVRA:
Jesus disse o seguinte a mulher samaritana: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4.13-14). Jesus, a água da vida, aquele que é poderoso para saciar a nossa sede, padeceu necessidade por amor de nós. Nós não fomos capazes de saciar a sua sede, mas Ele é poderoso para saciar a nossa sede. Ele sofreu sede por nós, para que pudéssemos ser saciados, assim como provou por nós a morte, para que pudéssemos viver a sua vida.
A Páscoa é tempo de refletir sobre a ilusão de consumo em que vivemos. Páscoa não é chocolate, não é coelho, não é presente. A Páscoa não é carro, não é casa nova, não é iate, não é TV, notebook, ipad... O mercado procura nos iludir com o seu show de marketing, prometendo mas não entregando saciedade. Só na graça de Deus encontramos verdadeira satisfação, verdadeira saciedade. É só em Cristo que podemos matar a nossa fome e matar a nossa sede.
SEXTA PALAVRA:
A salvação é uma obra de Deus,
uma realização divina, e não humana. Na cruz Jesus foi, ao mesmo tempo, o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e o sumo sacerdote da nossa
confissão, que entrega o cordeiro em sacrifício. Jesus realizou um único e
suficiente sacrifício pelo pecado, não pelo derramamento do sangue de touros e
bodes, mas pelo derramamento do próprio sangue. E, na cruz, Jesus afirma: “está
consumado”. Na cruz Jesus consumou o sacrifício de justiça pelos nossos
pecados. Ora, “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício
pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que
seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés”(Hb 10.12-13).
A Páscoa é tempo de segurança na
graça de Deus, pois o sacrifício pelos pecados, único e suficiente, já foi
realizado por Cristo.
SÉTIMA PALAVRA:
A última palavra de Cristo na
cruz é uma palavra de fé, de entrega, de confiança. O Filho de Deus confiou no
Pai, e se fez homem segundo a Sua Vontade. Então “o Verbo se fez carne e
habitou entre nós...”. Jesus, durante toda a sua vida, apesar de todas as
lutas, sofrimentos e perseguições, se manteve fiel ao Pai, mesmo em face da
própria morte. Assim, do início ao fim, Jesus nos dá um exemplo de fé, de
confiança em Deus Pai.
A Páscoa é tempo de lembrar que
Deus é digno da nossa confiança e que devemos confiar em Deus. A segurança de
Cristo diante da morte deve ser também a nossa própria segurança, pois “Cristo
é as primícias dos que dormem”, o que significa que depois dele muitos outros
ressuscitarão dentre os mortos. Quem dará a última palavra sobre o povo de Deus
não é a morte, mas é o próprio Deus! Sendo Deus digno de nossa fé, de nossa
entrega, de nossa esperança, nossa atitude diante de todas as coisas, inclusive
da morte, será de entrega a Deus!
Feliz Páscoa!